Esse lixo todo também é problema seu
Você coloca sua sacolinha de lixo para fora de casa e está tudo bem: sua responsabilidade acabou ali e, a partir daquele momento, você poderá começar a produzir mais lixo para encher a sua lixeira recém esvaziada. Mas a coisa não é bem assim – ou, pelo menos, não deveria ser.
Nós estamos produzindo lixo a todo momento e as pilhas de resíduos não param de crescer. A cada dia, um brasileiro médio produz um pouco mais de 1 quilo de lixo. TODOS OS DIAS.
O lixo que você não vê se torna um inimigo invisível em nossas cidades.
O destino desse lixo piora ainda mais o problema: 37% dos municípios brasileiros sequer oferecem um sistema de coleta seletiva. Sem ela, o reciclável pode deixar de ser reciclado e o nosso bom e velho lixo orgânico vai contaminado para os lixões que, mesmo proibidos, continuam em atividade em mais da metade das cidades brasileiras, contaminando o solo e a água que tomamos com o chorume (aquele líquido nojentinho que escorre do seu lixo, sabe?).
Dá pra entender a gravidade?
Mas você pode mudar o destino do seu lixo! =)
Sim, o lado bom é que é bem fácil mudar essa situação, pelo menos em pequena escala. Você só precisa tomar consciência e pensar sempre nos “3 erres”.
R1: Reduza
Será que você precisa mesmo trocar de carro todos os anos, ter um guarda-roupas sempre cheio de novidades e um computador de última geração? E aquele vestido que você iria usar apenas em uma ocasião, não era melhor pegar emprestado de alguém ou alugar? A dica é consumir menos para consumir melhor e utilizar os produtos até o fim de sua vida útil.
O “reduza” vale também para embalagens dos produtos: prefira sempre embalagens retornáveis ou de vidro, que podem ser reutilizadas mais facilmente e ainda contam com um ciclo de reciclagem infinito, ao contrário do plástico que pode ser reciclado apenas 6 vezes.
Esqueça também aquelas terríveis sacolinhas plásticas. Você pode até dizer que vai usar todinhas para colocar seu lixo dentro, mas a gente sabe que não é verdade e que você já tem um estoque de sacolas que resistiria até ao apocalipse. É hora de levar a sua sacola retornável junto no supermercado – ou, melhor ainda, na feira.
Na cozinha, evite desperdício e prepare um cardápio pensado para que nada estrague. O site da ONG Banco de Alimentos traz ótimas dicas e receitas para aproveitar partes menos comuns dos alimentos, como a casca de frutas e talos de vegetais, por exemplo.
R2: Reutilize
Seu iPhone caiu na privada? Você não precisa vender o rim para comprar um novo: quase sempre dá para consertar. O mesmo vale para o seu computador e quase todos os aparelhos eletrônicos que você tem em casa.
E sabe aquela embalagem que você já planejou melhor na hora de comprar? Geralmente ela pode ser ótima para guardar alimentos na geladeira ou organizar itens da sua casa! Com um pouco de criatividade, quase tudo pode ser reutilizado.
Mas, se você realmente quer se desfazer de alguma coisa, seja uma roupa, um eletrodoméstico ou um móvel antigo, considere doar para outras pessoas. Mesmo que você ache que aquilo “não presta mais”, alguém certamente será capaz de dar uma boa utilidade ao seu produto usado – e vai ficar mais feliz com isso!
R3: Recicle
Pronto, não tinha mais como, né? Ninguém quis o seu computador velho que já nem liga mais e o técnico jurou para você que não tinha conserto? E aquela roupa que já não serve mais nem em um bebê prematuro também está ocupando todo o espaço do seu guarda-roupas?
Você chegou ao último ponto e vai mesmo ter que se desfazer de alguma coisa: é hora do descarte correto, para a reciclagem. Separe sempre o lixo orgânico do reciclável para possibilitar a reciclagem. Se a sua cidade não conta com coleta seletiva, o melhor a fazer é entrar em contato com o município para descobrir qual a melhor maneira de realizar o descarte correto e poupar o meio-ambiente.
Reciclando e reutilizando os bons exemplos
É, nem tudo são sacolas cheias de lixo poluindo o meio ambiente. Para não dizer que não falamos de flores, vale se espelhar no exemplo da Suécia, que conseguiu reduzir para apenas 1% a quantidade de lixo que vai para os aterros sanitários. Os EUA também apresentam um bom exemplo, com mais de 75% dos resíduos sendo reutilizados na cidade de San Francisco – a ideia é chegar a 100% até 2020. Para que a população entrasse no jogo, foi criado um imposto específico para o lixo, que vai de R$ 58,50 a R$ 80,80, dependendo da quantidade. Quem polui menos, também acaba pagando menos.
Mas vamos esquecer o complexo de vira-latas e lembrar dos bons exemplos que temos por aqui também? É o caso de Curitiba, que investe em conscientização desde 2005 com a campanha SE-PA-RE, que aumentou em 192% a reciclagem por lá. Além disso, a cidade conta com o programa Câmbio Verde, em que recicláveis podem ser trocados por verduras, frutas e legumes, desde os anos 80.
A cidade de São Paulo também criou uma iniciativa que merece alguns aplausos: é um programa de distribuição de composteiras caseiras para que todos possam transformar o lixo em adubo. Até agora, dois mil equipamentos foram distribuídos, mas o número de inscritos no programa foi de 10 mil pessoas. É a prova de que muita gente já esta se preocupando com o destino de seu lixo.
E você, como está cuidando do seu lixo? Já implantou os 3Rs em casa? Ou será que conhece algum outro exemplo legal de reciclagem? Conta pra gente aqui nos comentários! 😉
