Boto-cor-de-rosa: a lenda pode estar em extinção
No Dia da Amazônia, trazemos uma notícia triste para a região e para todos nós. O boto-cor-de-rosa está em risco de extinção.
O animal está sendo usado como isca para o peixe piracatinga, muito apreciado na Colômbia.
Consequências da pesca do boto-cor-de-rosa
Um estudo realizado no entorno da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, a 600 quilômetros de Manaus, indicou que o número de botos-cor-de-rosa vem diminuindo em cerca de 10% ao ano. Outro estudo realizado em Santarém ainda indica que, se a matança continuar, o animal deverá ser extinto até 2060.
Para piorar, o boto não se reproduz em uma velocidade suficiente para atender a essa demanda – ao contrário do que diz a lenda. A maturidade sexual dos animais só se dá entre 7 (fêmeas) e 10 anos (machos) e o intervalo entre os filhotes costuma ser de cerca de três anos. Daí para frente é um passo para que o boto deixe de fazer parte dos nossos rios e fique apenas no imaginário, onde poderá continuar se reproduzindo.
Boto protegido
O boto-cor-de-rosa é um animal protegido por lei, que deveria ser preservado, e sua pesca é considerada um crime ambiental inafiançável. #FicaDica, pescadores.
Além disso, outro avanço foi dado para coibir o problema em maio deste ano: os ministros do Meio Ambiente e da Pesca assinaram uma moratória que proíbe a pesca da piracatinga por cinco anos. Nesse período, novas alternativas de isca podem ser desenvolvidas.
Como isso pode ajudar?
Hoje é preciso realizar o flagrante da morte do boto para punir os culpados. Com a lei, será possível fiscalizar frigoríficos, que costumam vender a piracatinga. Se encontrarem o animal, é sinal de irregularidade.
Infelizmente, a medida passa a valer só a partir do dia 1º de janeiro. Até lá, mais de mil botos ainda podem ser mortos.
Com informações de Estadão e Fantástico.