Monitoramento no trabalho x invasão de privacidade
Saber quanto tempo um funcionário leva para chegar ao trabalho. Avaliar seu grau de produtividade. Qual tom de voz usa entre um bate-papo e outro e com quais pessoas conversa durante o expediente. Tudo isso é “medido” através de sensores em crachás e móveis de escritório. Invasão de privacidade? Empresas que têm usado esse tipo de monitoramento garantem que os dados são utilizados para potencializar a produtividade dos colaboradores.
A Evolv é uma das companhias norte-americana que realiza o que chamam de “trabalho quantificado” em 13 países. Mas tem um porém: grande parte dos funcionários não sabem quais dados estão sendo analisados pelas empresas onde trabalham. Conforme a Evolv, seus clientes utilizam as informações para auxiliar nas decisões de contratações, além de avaliar o desempenho de um profissional ao longo de toda a sua carreira.
Para os defensores desse método, quantificar o lugar de trabalho é especialmente útil em áreas que contenham conflitos culturais, por exemplo. Acreditam que o procedimento pode ser produtivo para os funcionários, visto que podem acompanhar e avaliar seus próprios desempenhos.
Conforme Lew Maltby, presidente do Instituto Nacional de Direitos do Trabalhador dos Estados Unidos, o monitoramento pode ser uma “ferramenta valiosa” para os empregados, servindo de prova em caso de assédio sexual, por exemplo.
De acordo com o professor Andrew Knight, da Universidade Washington, a monitoração constante pode virar uma imagem assustadora para o futuro, pois poderá remover parte da autenticidade nos relacionamentos de trabalho. Segundo ele, após o caso Snowden, as pessoas podem rejeitar a ideia de terem seus trabalhos quantificados, por ser considerada uma invasão de privacidade.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo