FUG-RJ reúne pré-candidatos às eleições municipais para discutir regras eleitorais
Pré-candidatos a prefeito e vereador de todo o estado do Rio reuniram-se na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro para debater as regras da campanha eleitoral de 2016. O seminário “Encontro com candidatos”, promovido pela FUG-RJ, capacitou candidatos e coordenadores de campanha, com o objetivo de conscientizá-los sobre o que pode ou não fazer durante o pleito deste ano. O evento contou com palestrantes que apresentaram dicas e orientações sobre os aspectos políticos, jurídicos e financeiros.
O seminário foi aberto pelo presidente da FUG-RJ, Amaury Cardoso, que destacou a necessidade de analisar o contexto político e econômico complexo pelo qual o país e o estado do Rio estão passando. “Muitos de nós temos experiência com gestão e sabemos qual é a situação. Além disso, a população está cansada da velha política e quer participar mais”, afirmou. Para Amaury, os candidatos a cargos públicos precisam desenvolver melhores canais de comunicação com a sociedade: “Há que se ter mais transparência em nossas ações e no contato com a população. As instituições partidárias perderam a conexão com a sociedade, e o PMDB quer renovar seus quadros”.
A repercussão negativa da crise política e econômica influenciará a forma como os candidatos devem se reportar à população. Segundo o professor de Ciência Política, Geraldo Tadeu, a crise financeira que atinge também os municípios e a polarização política formada nos últimos anos no país dificulta a comunicação. “Todo esse processo afastou o eleitor da participação política”, explicou.
Para Tadeu, o tempo curto de campanha por conta dos Jogos Olímpicos e o fim do financiamento empresarial limitaram a atuação dos partidos: “As eleições estão muito judicializadas, e o primeiro a denunciar alguma irregularidade será o adversário”. Entre as formas de financiamento autorizadas estão a promoção de eventos, fundo partidário, doações de pessoas físicas ao partido, e contribuição de filiados. “Ao longo da campanha, sempre temos que estar atentos ao que acontece a nosso entorno. Para isso, é necessário pesquisas quantitativas e qualitativas para construir a imagem do candidato”.
Segundo o cientista político Márcio Vieira, a fragmentação do sistema político-eleitoral representa um problema para qualquer partido, e a Justiça tem ocupado um espaço de fiscalização das campanhas inédito. “Não há mais espaço para amadorismos. A igualdade de condições entre os candidatos foi estabelecida com o fim do financiamento empresarial. O controle hoje é feito pelo TSE, TCU, TJ e Polícia Federal”, explicou Márcio. O palestrante apresentou algumas regras para a nova campanha, como o direito de resposta na Internet e a proibição de candidaturas com multas eleitorais pendentes.
O sociólogo Paulo Baía encerrou o seminário reiterando a importância das próximas eleições para o futuro das campanhas eleitorais no Brasil: “É uma eleição-teste para 2018. Por isso, criamos no PMDB o curso ‘Saber para vencer’.