Secretaria Nacional de Juventude lança Mapa da Violência 2016

A Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) e o pesquisador e sociólogo Julio Jacobo lançam, na quarta-feira, 15, o livro Mapa da Violência 2016: homicídios por armas de fogo no Brasil. O lançamento será às 10h,  na Sala de Comissões do anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). A publicação analisa a evolução dos homicídios por armas de fogo no Brasil, no período de 1980 a 2014, e as variantes como sexo, raça/cor e idade das vítimas.

O estudo revela que o maior número de vítimas por armas de fogo no Brasil é a juventude. O crescimento da letalidade violenta (homicídios por arma de fogo) entre 1980 e 2014, na faixa etária de 15 a 29 anos, foi de 699,5%, e no conjunto da população brasileira foi de 592,8%  no mesmo período. Esses números se tornam ainda mais graves, quando se observa que os jovens representam 26% da população total do País. Mas quando se observa o número de vítimas por homicídio no período analisado, essa participação praticamente duplica, sendo que eles somam 58% das vítimas.

O Mapa revela que o maior número de vítimas por armas de fogo no Brasil é a juventude.

O Mapa revela que o maior número de vítimas por armas de fogo no Brasil é a juventude.

O pico dessas mortes acontece aos 20 anos de idade, quando os homicídios atingem a marca de 67,4 mortes por 100 mil jovens. A identificação raça/cor só começou em 2002. No período compreendido entre 2003 e 2014, o número de homicídios por arma de fogo entre a população branca diminuiu 26,1% e entre a população negra aumentou 46,9%. Em 2003 morreram 71,7% mais negros do que brancos e, em 2014, esse número saltou para 158,9%, o que significa que morreram 2,6 vezes mais negros que brancos vitimados por arma de fogo.

A série histórica também analisa os números por estado e municípios. No Rio de Janeiro e em Pernambuco, por exemplo, houve queda nos índices de violência, caindo de 47,0 por 100 mil habitantes no Rio para 21,5 por 100 mil; e de 46,6 em Pernambuco para 27,5. Na região Nordeste, por sua vez, houve uma escalada de violência por 100 mil habitantes em quatro estados:  em Alagoas foi de 56,1, no Ceará de 42,9, em Sergipe de 41,2 e no Rio Grande do Norte de 38,9.

Juventude Viva

Para reduzir os números apresentados na pesquisa, a SNJ vai reativar o Plano Juventude Viva. Na última terça-feira 07, o secretário nacional de Juventude, Assis Filho, se reuniu com a secretaria substituta de Políticas de Ações Afirmativas (SPAA) da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Ministério dos Direitos Humanos, Gabriela Cruz, para tratar da retomada do plano. O Juventude Viva reúne ações de prevenção para reduzir a vulnerabilidade de jovens negros a situações de violência física e simbólica, a partir da criação de oportunidades de inclusão social e autonomia para os jovens entre 15 e 29 anos.

A desconstrução da cultura de violência, a transformação de territórios atingidos por altos índices de homicídios e o enfrentamento ao racismo institucional, com sensibilização de agentes públicos para o problema, também são ações que compõem o Juventude Viva.

O lançamento do Mapa da Violência contará com um debate com Julio Jacobo, que além de sociólogo é mestre em Planejamento Educacional pela Universidade Federal de Rio Grande do Sul. Ao final da cerimônia, ele vai autografar os livros dos presentes.

Fonte: Secretaria Nacional de Juventude 

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