#Artigo: por que os jovens participam pouco da política?

Sávia Midiã Florindo Pereira Brito*

A política partidária é uma das últimas opções que o jovem escolhe para se dedicar. Pouquíssimos são os jovens que nela atuam, que a estudam, que por ela se interessam e que a ela se dedicam. E se os jovens não participam da vida partidária do País, acabam manipulados pelos outros que a ela entregam e dela gostam.

Jovem militante política, com gosto pela vida partidária, vez ou outra sou questionada por alguns amigos sobre a razão desse meu envolvimento com a política. A resposta que lhes dou é sempre a mesma, e não podia ser diferente: preocupo-me com o meu futuro, tenho sonhos, tenho ideias, penso, tenho vontade de “mudar o mundo”, e para que isto aconteça tenho que começar nas pequenas coisas, ou seja, começar a me envolver, de fato, na vida social da minha comunidade e me informar sempre sobre o que acontece na administração do meu município, do meu estado, do meu país. E quando assim procedo, estou fazendo política. E essa política só é bem feita gera bons resultados rápidos – se for respaldada pelos Partidos.

É essencial para a saúde da democracia a participação dos jovens na política partidária.

É essencial para a saúde da democracia a participação dos jovens na política partidária.

Um dos pretextos mais óbvios, na minha visão, que a maioria da juventude usa para não se inserir no meio político – e aí tem razão essa maioria jovem – é o comportamento reprovável de alguns políticos perante a sociedade; a imagem que os maus políticos nos passam de que a política partidária está atrelada à corrupção. Infelizmente, é isto que acontece. Apesar da imensa maioria de nossos políticos serem formados por homens sérios, responsáveis e, realmente, preocupados com o bem comum e com o futuro do País. A corrupção gera em nós, jovens, a desconfiança nos políticos. E essa desconfiança faz com que muitos jovens não creiam que para ocorrer uma mudança significativa desse quadro político negativo é fundamental a participação da juventude na política partidária, exercendo plenamente seu direito de cidadania. É, realmente, lamentável, a insignificante participação dos jovens nos debates políticos.

Pesquisas revelam que nunca o Brasil teve tantos jovens como hoje e que, também, nunca mais os terá como agora. E com base nessas pesquisas, acredito que a inclusão do jovem na política será muito importante para o amanhã do Brasil, pois somente os jovens, penso eu, serão capazes de promover a renovação política que o País precisa e que a nação reclama, isto é, uma política partidária livre dos interesses pessoais, da corrupção e do apadrinhamento no serviço público. E faço esta afirmação porque, historicamente, foi a juventude que, primeiramente, lutou pelas nossas conquistas sociais e de liberdade no nosso Brasil. É ela, a juventude, que sempre fez – e faz – a diferença em nossa sociedade. A história nos diz que já em meados do século XVII, ainda na época do Brasil Colônia, algumas centenas de estudantes, em gesto heroico, armados de punhais e poucas armas de fogo, impediram a invasão francesa a cidade do Rio de Janeiro. Também, a proclamação da República, teve a ativa participação dos jovens da época. Bem recente, na década de 60 do século recém-findo, entidades estudantis e juvenis estiveram à frente da campanha “O Petróleo é Nosso” e contra a ditadura militar que interrompeu nossa democracia, cassou nossos direitos civis e mandatos políticos. Nessa mesma época, os jovens foram às ruas em busca do direito ao voto para Presidente da República, na campanha das “Diretas Já”. Logo depois, em 1992, voltaram, novamente, às ruas, de rostos pintados, chamando o “impeachment” do presidente Collor, num movimento que ficou, mundialmente, conhecido como o movimento dos “Caras Pintadas”. E essa atuação da juventude foi fundamentalmente para que aquele governo fracassado fosse legalmente deposto.

É essencial para a saúde da democracia a participação dos jovens na política partidária. O Brasil precisa de seus jovens em sua defesa, na luta pelos direitos do povo. E é para isso que existem as políticas públicas voltadas para a juventude – para que eles participem da vida do País. Nós, jovens, temos o direito e o dever de participar. E para finalizar, deixo aqui o ensinamento do ex-presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt: “Nem sempre podemos construir o futuro para nossa juventude, mas podemos construir nossa juventude para o futuro”. E vamos ao futuro!

*Coordenadora do EAD no Rio de Janeiro.

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