O erro do IBGE que aumentou a desigualdade no Brasil
Viu como a desigualdade no Brasil aumentou? Pois é, esquece! Ela diminuiu… A confusão foi causada por um erro do IBGE!
O órgão admitiu na última sexta-feira que tinha errado nos cálculos da Pnad (a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2013. Primeiro, o IBGE divulgou que a desigualdade social no Brasil havia subido, mas, depois de admitir o erro, a gente descobriu que ela tinha, na verdade, diminuído.
O jogo dos erros
Entre as confusões estava o rendimento mensal do trabalho. Na primeira edição da pesquisa, ele era de R$ 1.681. Depois da revisão, o rendimento caiu para R$ 1.651 (mesmo assim, houve uma alta de 3,8% em relação à 2012).
Teve também a taxa de analfabetismo, que passou de 8,3% na versão inicial para 8,5% na corrigida. Enquanto isso, a taxa de desocupação não sofreu alterações, mas o aumento no número da população desocupada sim. Inicialmente havia sido divulgado que o aumento era de 6,3%, mas posteriormente se descobriu que ele era de 7,2%.
Sobre a questão da concentração de renda, o problema foi com o índice de Gini. Inicialmente os dados apontavam que esse número havia aumentado, o que representaria um aumento na desigualdade social no país. Na verdade, o índice recuou de 0,504, em 2012, para 0,501, em 2013. Quanto maior o índice, melhor é a distribuição da renda.
Como ocorreu o erro do IBGE
O IBGE afirma que os erros ocorreram em sete estados: Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
Como a pesquisa é realizada através de amostragem, ela utiliza em alguns cálculos a população da principal região metropolitana de cada estado. O problema é que, nos locais onde foi constatado o erro do IBGE, mais de uma região metropolitana havia sido pesquisada, o que gerou uma discrepância nos dados.