Política 2.0: “O jovem não dialoga com candidato de placa”
Que os jovens andam cada vez menos interessados na política tradicional já não é novidade. Há algum tempo publicamos aqui uma estatística que comprova isso: apenas 26% dos jovens entre 16 e 18 anos tiraram seu título de eleitor para votar nestas eleições. A média de anos anteriores fica em torno de 36% a 37%.
Talvez por isso os candidatos online estejam ganhando cada vez mais espaço nas redes sociais. A maioria deles é jovem e muitos surgiram com os protestos que tomaram conta do país no ano passado. O Tribunal Superior Eleitoral registra que, na faixa etária dos 20 a 29 anos, há 379 candidatos a deputado federal e 938 candidatos a deputado estadual. Mesmo assim, mais de 50% dos jovens entre 16 e 33 anos ainda estão indecisos sobre em quem votar ou pretendem anular seu voto.
Candidatos online
Muitos deles já perceberam que estas vão ser as eleições das redes sociais e estão querendo atingir justamente estes jovens que ainda não sabem se casam, compram uma bicicleta ou votam nestas eleições. “O jovem não dialoga com candidato de placa”, diz um dos candidatos ouvidos pela BBC Brasil. E a gente não pode deixar de concordar que as redes sociais são um meio aberto de diálogo entre os candidatos e a sociedade – ou seja, você!
Um dos benefícios apontados pelos candidatos online é que essa abordagem permite que eles dialoguem com eleitores que vivem em zonas rurais. Muitos deles passaram a se comunicar com eleitores distantes, incluindo índios que vivem em regiões de difícil acesso, mas que já contam com internet. E o Facebook e o WhatsApp são as principais armas dos candidatos online nestas eleições – com os índios, a conversa funciona mesmo por Facebook, já que muitos vivem em localidades onde o sinal de celular ainda é bastante fraco.
