O julgamento nas mídias sociais: aqui e agora

Sabe quando uma coisa acaba sendo tão compartilhada nas mídias sociais que vira “verdade”? Depois disso, ninguém mais aceita outra versão. O fenômeno que leva ao julgamento nas mídias sociais tem uma explicação.

O The New York Times cita o Brasil como a “capital das mídias sociais”. Nosso país é um dos mais conectados do mundo e acaba chamando atenção por essa característica. E o Facebook ainda é a rede social mais acessada pela maioria dos brasileiros – ele tem 73,5% da audiência online, somando apenas 76 milhões de usuários em terras tupiniquins.

Isso revela que, sim, estamos sempre em dia com as notícias que rolam mundo afora, mas também traz um dado preocupante: estamos expostos a todo o tipo de informação. É a inversão na criação de conteúdos: hoje, qualquer um é capaz de postar informações sobre uma notícia e muitas pessoas fazem isso sem nenhuma responsabilidade. Tipo a essa nossa manchete aqui embaixo:

WTF?

WTF?

Quem não lembra do caso da dona de casa vítima de um boato que circulou nas redes afirmando que teria ligação com o sequestro de crianças para fins de magia negra? O final foi trágico, mas parece não ter sido suficiente para que boatos do gênero deixassem de ser publicados.

O julgamento nas mídias sociais

Para piorar, a rapidez das redes e a correria das nossas rotinas muitas vezes impedem que os usuários parem para pensar a respeito do que leem. A partir daí, começam os julgamentos das mídias sociais, sem nenhum senso crítico, em que as notícias são compartilhadas antes mesmo de serem lidas. Quando o boato se torna viral não há mais quem possa controlá-lo.

Uma análise recente publicada no site do jornal Zero Hora reflete bem essa questão:

Quanto mais rápido e interativo o processo de comunicação, maior a probabilidade de uma “comoção” coletiva. Não há separação entre real e virtual, entre verdadeiro ou falso, entre fato e versão, entre observação, imaginário, simulacro e representação.

O que Maicon e a Petrobrás têm a ver com isso?

As duas notícias tomaram conta das redes hoje. A primeira: Maicon foi expulso da seleção sem que um motivo fosse divulgado. A segunda: supostas denúncias que o ex-diretor da Petrobrás teria feito sobre um esquema de propinas na estatal.

Mas por que mesmo é que elas viraram a pauta das redes sociais?

Maicon acabou caindo na boca do povo simplesmente porque o motivo de seu corte não havia sido anunciado. Daí para criarem milhares de histórias a respeito foi um pulo. Mesmo que a maioria tenha começado como brincadeira, todas acabaram sendo levadas a sério por alguns conectad@s. Infelizmente, apenas Maicon ou o próprio Dunga poderão contar o motivo real do corte – não importa quantas notícias a respeito você compartilhe por aí. #FicaDica

As novas denúncias envolvendo a Petrobrás também foram vítimas do julgamento nas mídias sociais. O caso teria sido publicado pela revista Veja, mas sem nenhuma cópia do documento ou identificação de fontes. Enquanto uns acusam o “vazamento de informações” de ser uma jogada política, outros acreditam cegamente no que foi divulgado.

#PartiuPensar

Infelizmente, ainda não é preciso atestado de bom senso para se inscrever em redes sociais. Mesmo assim, é responsabilidade de cada um fazer a sua parte nesse cenário, evitando divulgar informações que não sejam confiáveis. Será que vale mesmo a pena compartilhar alguma coisa só para falar do assunto que está em alta? Ou é melhor refletir um pouco antes de divulgar uma informação falsa por aí?

#PartiuPensar?

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