Para porta-voz de Israel o Brasil é um “anão diplomático”. Oi?
Quase 800 palestinos e 30 israelenses morreram durante os conflitos na Faixa de Gaza. Graças a isso, o governo brasileiro classificou como desproporcional o uso da força isralense durante os conflitos.
Mas o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, parece não ter entendido muito bem alguns conceitos. Afinal, ele lembrou que:
No futebol, quando um jogo termina em empate, você acha proporcional e quando é 7 a 1 é desproporcional.
Puxa, Palmor. A nação brasileira agradece muito a dica e entende que nossa seleção fez feio no mundial. Mas nós, em especial, achamos o seu comentário um pouco desproporcional. É por isso que vamos aproveitar esse post para explicar alguns conceitos básicos.
Dá para entender a diferença?
Existe uma coisa que é formada por 22 jogadores (11 para cada lado) em campo e uma bola de futebol. Geralmente existem também técnicos, árbitros e até uma plateia. Essa coisa se chama futebol e costuma ser bastante divertida. Quando uma pessoa fala em “massacre” no futebol, é de maneira figurativa e arriscaríamos dizer que praticamente todas as pessoas entendem isso.
Existe também uma coisa formada por dois ou mais lados que discordam e não tem um número definido de participantes, mas geralmente inclui também armas, de fogo ou não, bombas e todo o tipo de objetos que possam causar a morte. Essa coisa se chama guerra, conflito, ou o nome que você quiser dar a ela e não é divertida. Quando uma pessoa fala em massacre nesse sentido ela não está usando a palavra de maneira figurativa e sabe que as guerras, conflitos, ou o nome que você preferir, ferem os direitos humanos.
Anão diplomático?
Depois de tudo explicado, vamos contar um pouco para você, Palmor, sobre as relações internacionais de um “anão diplomático” como você mesmo chamou nosso país.
Faz mais de 140 anos que o Brasil vive em paz com seus vizinhos. Isso significa que nós praticamos mais futebol do que guerra, o que é divertido. Esse é um dos fatores que nos ajudou a manter relações diplomáticas com todos os membros das Nações Unidas. Entre as mais de 190 nações no mundo, só 11 tem esse privilégio – e o Brasil é uma delas. 
#FicaDica do “anão diplomático”
Por sinal, vale lembrar também que, em 1948, ano da criação do Estado de Israel, o Presidente da Assembléia Geral da ONU durante a seção que aprovou a partilha da Palestina foi o brasileiro Osvaldo Aranha.
É uma pena que você não fale português Palmor. Afinal, a gente entende que se você soubesse de tudo isso não teria feito nenhum dos seus comentários desproporcionais em público.
Com informações de G1 e Estadão.
