Travesti Reflexiva fala sobre homossexualidade e transexualidade para o Projeto Conexões!

No último mês, abordamos diversas questões sobre sexualidade. Foi a travesti Conchita Wurst que ganhou o Eurovision, o casal Clarina fazendo sucesso na novela e até o preconceito nos cinemas com o filme Praia do Futuro, que mostra cenas de sexo gay. Para falar um pouco mais sobre o assunto, convidamos a criadora da página Travesti Reflexiva, que conta com mais de 47 mil curtidas no Facebook.

Página do Facebook da Travesti Reflexiva.

Página do Facebook da Travesti Reflexiva.

A Rede Globo esperou até o último capítulo da novela Amor à Vida para exibir um beijo entre dois homens. Na atual novela, Em Família, o casal lésbico não fica junto por medo da rejeição do público. Estamos evoluindo ou estagnados?

Travesti Reflexiva – Não acho que estamos evoluindo, vejamos a questão do filme “Praia do Futuro” com Wagner Moura… Muitas pessoas estão sendo avisadas sobre a temática – sexo gay. E muitas delas saem da sala do cinema após vê-las. Mas não houve esse tipo de polêmica com um filme recente de temática lésbica (que não deixa de ser gay) chamado “Azul é a Cor Mais Quente”. O homem aceita a homossexualidade quando é para o seu prazer. Ele acha que duas mulheres se beijando é um entretenimento.

Carimbo no ingresso do cinema avisando sobre cenas gays: a culpa é da sociedade atrasada ou do cinema?

Travesti Reflexiva – Sobre os carimbos, a culpa é da sociedade. Não é nem do cinema. Acho que o cinema tomou essa iniciativa para evitar brigas. Como uma forma de, quando a pessoa for pedir o ingresso de volta, rebater – “Nós avisamos!”. Apenas para manter capital.

Com o tema “O amor une, a homofobia, não!”, um comercial contra a homofobia exibido na Paraíba é o primeiro com beijo gay na TV brasileira. Qual a sua opinião?

Travesti Reflexiva – Sobre o primeiro comercial com beijo gay, não achei que foi O MAIOR beijo já visto na televisão… HAHA! Mas não se empolgue! Muitas emissoras já pediram pra tirar a parte do beijo do ar, deixaram só a ideia de casal gay, mas o toque foi editado.

Como surgiu a ideia da sua página no Facebook, que já conta com quase 50 mil curtidas?

Travesti Reflexiva – A ideia de criar a Travesti Reflexiva surgiu em 2012, quando eu estava de férias e entediada. E eu percebi que eu não externalizava a minha condição TRANS/TRAVESTI como eu precisava. E eu achava um saco fazer isso para a minha lista de amigos, não queria me expor. Falar dos meus receios, remédios, procedimentos cirúrgicos… Aí criei a Travesti Reflexiva como um personagem em que eu entro. Uma forma de dar voz a uma parte de mim que não saía frequentemente. Já que eu vivo como mulher, acabo tendo uma vida social normal (ou pelo menos eu tento!). Então, a Travesti Reflexiva veio para que metade de mim, esse lado barraqueira, que adora glitter, que adora as coisas “over the top” mais escandalosas possíveis viesse à tona. Com isso, percebi que eu podia ajudar outras pessoas e conscientizar sobre as nomenclaturas usadas por nós – Travestis e Transexuais – para um âmbito maior: a sociedade. Como ensinar que se fala “A Travesti” e não “O Travesti”, por exemplo.

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