Adoção: um ato de amor incondicional
“Vivemos muito felizes. Eles nunca nos deram problemas. Só alegrias”. A afirmação é de um pai que abriu o coração e não teve medo de compartilhar o seu amor. Kalu da Cunha Flores, ativista do terceiro setor, é exemplo de que a adoção rompe qualquer barreira. Casado com João Jerônimo Sodré há 36 anos, eles adotaram duas crianças. Hoje já são avós e comemoram com a família reunida o dia 25 de maio: Dia Nacional da Adoção. http://tinyurl.com/qal4fg6
Os números da adoção no Brasil
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os casais selecionam cada vez menos a cor, o sexo e a idade dos filhos. Entre 2010 e 2014, a proporção de pretendentes que aceitava só crianças brancas caiu de 39% para 29%. Já a de indiferentes em relação à cor passou de 29% para 42,5%. Também aumentou o percentual dos que aceitam crianças com três anos ou mais. Em 2010, eram 41% do total de interessados; neste ano, são 51,5%.
A mudança de perfil dos futuros pais os aproximam das crianças que estão nos abrigos, já que a maioria delas é negra e mais velha. No entanto, apesar disso, os requisitos de cor, idade e gênero, somados à falta de estrutura do Judiciário, ainda são apontados para explicar a existência de até seis pretendentes para cada criança apta à adoção.
A Corregedoria Nacional de Justiça vê o número superior de interessados como um fator positivo, mas o problema está na existência de crianças “indesejadas” pelos pretendentes. Das crianças disponíveis para adoção, 78,5% têm mais de dez anos, 77% têm irmãos (e não podem ser privadas do convívio com eles) e 22%, alguma doença. No país, há 30,9 mil pretendentes na fila de adoção, para 5.456 crianças aptas, sendo 67% delas pretas ou pardas.
Fonte: Folha de São Paulo