No dia mundial de combate ao câncer, conheça uma história de superação

Era julho, inverno de 2013, em Porto Alegre. Apesar dos meses de frio, fazia calor e o sol brilhava na capital gaúcha. Mas o céu azul, deu lugar a um dia cinzento para Felipe Mendes, 23 anos. Depois de alguns exames, veio o diagnóstico: ele estava com câncer.

Após sair da consulta que mudaria sua vida, ele foi ao shopping e comprou inúmeros DVD’s. Chegou em casa e dançou, cantou. Algumas horas depois, Felipe se deu conta que precisaria ser muito forte e perspicaz para enfrentar os momentos de dificuldades. Já era noite e o choro durou mais de 40 minutos. Com o apoio da família, nunca duvidou que ficaria curado.

Primeiro corte de cabelo de Felipe antes de iniciar a quimioterapia.

Primeiro corte de cabelo de Felipe antes de iniciar a quimioterapia.

Para descarregar toda a sua tensão, Felipe criou um blog, o “Adeus, verde”, e toda a sua história de superação pôde ser acompanhada quase que em tempo real por amigos, familiares e, principalmente, por pessoas que se identificavam com o seu momento de vida.

Escrevo pra você que como eu nunca imaginou estar doente, nunca imaginou que em algum momento sua saúde iria falhar, que em algum dia da sua vida um médico lhe olharia pra dizer que você tem um Câncer… Câncer? Câncer. Eu entendo o que você sentiu, entendo o que passou na sua cabeça, entendo que você não acreditou, ou na verdade não queria acreditar, não dava pra acreditar que depois de passar por aquela sequência de médicos e exames para detectar o que havia de errado com seu corpo, o resultado seria esse; um câncer. Algo que sempre foi tão distante, uma doença que causava tanto medo”, afirma em seu blog.

Com mais alguns exames realizados, o nódulo no testículo foi classificado como um tumor e, depois, reconhecido como maligno. Foi aí que veio a cirurgia para a retirada dos tumores – descobriu-se que, na verdade, eram dois. Mas, com novos exames realizados após a cirurgia, foram identificadas células cancerígenas ainda presentes no organismo.

A verdade é que nunca acreditamos que vai acontecer com a gente. Todos nós estamos cansados de saber dos males do mundo, e de todos os perigos que corremos ao longo da vida. Mas, apesar de sermos bombardeados todo dia, de todo o tipo de noticia ruim, sobre tragédias, doenças, etc; mesmo assim tudo é sempre muito distante, a bala perdida matou fulano, o ciclano morreu de meningite, hepatite, qualquer tipo de “ite”, mas é sempre o outro, em outra família, em outro bairro, em outra cidade. A verdade é que nos sentimos imunes, imunes a qualquer “mal””, admite Felipe.

Sobre raspar o cabelo: "Foi uma forma de assumir pra todo mundo que eu estava doente”

Sobre raspar o cabelo: “Foi uma forma de assumir pra todo mundo que eu estava doente”

Com as sessões de quimioterapia, o ato de raspar o cabelo foi outra “ficha” que caiu para o jovem, à época com 22 anos. “Foi uma forma de assumir pra todo mundo que eu estava doente”, destaca.

O sonho de ser ator e de morar no Rio de Janeiro ajudavam Felipe a superar os obstáculos do dia a dia. “Nunca questionei o porquê de ter acontecido comigo. Muito menos questionava Deus. Eu aceitei a situação, sempre com foco que eu iria me curar”, enfatiza.

A rotina no hospital

Foram quatros ciclos no total. O primeiro iniciou no dia 16 de agosto de 2013 e o último finalizado no começo de novembro. O tratamento de Felipe durava cinco dias. Ele ia para o hospital de segunda a sexta-feira, onde ficava entre 8h e 14h30. Depois que terminava uma semana de quimioterapia, ele descansava por outras duas. Era o tempo necessário para o remédio fazer o efeito, o organismo combater as células, sendo elas boas ou ruins, e o corpo se renovar. Pois, para começar um novo ciclo de tratamento, era preciso que a imunidade não estivesse muito baixa. “Teve um ciclo, o segundo, que precisei adiar, pois minhas defesas estavam muito baixas, o que é normal no início do tratamento. A doença era tão nova para mim, quanto para meu corpo, ele tinha o tempo dele e tive que aprender a entender isso e respeitar”, diz.

A boa notícia

Em dezembro, o jovem recebeu a notícia tão esperada: o câncer estava erradicado. Após meses de tratamento, Felipe podia chorar de felicidade. “Para atravessar esse caminho é preciso fé e muita determinação. Passar por esse tratamento sempre visando o fim e a cura. Acreditar é o segredo.”

Em dezembro de 2013, o jovem recebeu a notícia tão esperada: o câncer estava erradicado.

Em dezembro de 2013, o jovem recebeu a notícia tão esperada: o câncer estava erradicado.

Os números do câncer no Brasil

Conforme o Ministério da Saúde, estima-se que, anualmente, sejam diagnosticados mais de 12 milhões de casos de câncer em todo mundo, causando mais de 7 milhões de mortes. No Brasil, todos os tipos da doença possuem tratamento na rede pública de saúde.

Estudo do Instituto Nacional de Câncer – José Alencar Gomes da Silva (Inca) – aponta que o câncer representa a segunda causa de morte no Brasil, atrás apenas das doenças do coração. Para chamar a atenção de todas as nações sobre importância da discussão sobre a doença e instituir políticas de prevenção, foi instituído o Dia Mundial de Luta contra o Câncer, 8 de abril.

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Lei nº 12.732

A Lei nº 12.732 fixa prazo de até 60 dias para o tratamento de câncer maligno pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O prazo vale a partir do diagnóstico da doença. De acordo com a Lei, o prazo de 60 dias será considerado cumprido quando o tratamento for efetivamente iniciado, seja por meio de cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Em casos mais graves, o prazo poderá ser inferior ao estabelecido.

Prevenção

A prevenção do câncer nem sempre é possível, mas há fatores de risco que estão na origem de diferentes tipos de tumor. O principal é o tabagismo. O consumo de bebidas alcoólicas e de gorduras de origem animal, dieta pobre em fibras, vida sedentária e obesidade também devem ser evitados para prevenir os tumores malignos.

Conheça os principais centros de tratamento no país

http://tinyurl.com/lqxkssy

Tipos de câncer mais frequentes

http://tinyurl.com/klvj5gc

 

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