Debate sobre cultura em rede abriu os trabalhos do primeiro dia do Conexões Globais
“Cultura de rede, colaborativa e digital” foi o tema do primeiro debate que abriu os trabalhos da terceira edição do Conexões Globais 2014, realizado na Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre, RS, na sexta-feira, 24 de janeiro.
Para o educador e comunicador argentino Eduardo Balán, a cultura em rede encadeia, de forma criativa, os movimentos sociais do mundo todo. Segundo Balán, a democratização das tecnologias para articular uma construção comunitária é um grande desafio.
Construção de artistas de massa
“A internet descontruiu a forma de trabalho das gravadoras”. É assim que Gustavo Anitelli encara a realidade da cultura de rede. Anitelli acredita que a web proporcionou aos profissionais da música um contato direto com o público, criando, dessa forma, artistas de massa. Afirmou ainda que a convergência midiática está revolucionando a sociedade e os protestos que aconteceram em junho do ano passado são exemplos dessa mudança de comportamento.
O Pussy Riot
O pesquisador finlandês Teivo Teivainen trouxe para o debate o exemplo do grupo Pussy Riot, de ativismo político e cultural, que conecta temas relativos à religião, ao feminismo e à sexualidade. Assim como nos protestos de junho no Brasil, o Pussy Riot gerou uma reação negativa no governo Russo, como também na igreja. Para ele, a questão fundamental a ser compreendida é que o Pussy Riot não é contra a igreja, mas é contrário ao capitalismo que envolve as religiões.
Fora do Eixo
Pablo Capilé, criador da rede sócio-cultural Fora do Eixo, acredita que as mídias sociais geraram uma inteligência colaborativa para politizar os debates na internet. “É uma burrice os governos tentarem controlar a rede. A web tem fortalecido a democracia participativa”, afirmou.