Três anos de revoltas interconectadas

Da Primavera Árabe, na Tunísia, ao movimento #YoSoy132, no México. As revoltas interconectadas foram o tema do primeiro debate do segundo dia do Conexões Globais, realizado na Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre/RS, no sábado, 25 e contou com debatedores de diversas partes do mundo.

Para o ativista Ahmet M. Ogut, participante dos protestos do #OccupyGezi, que questionava o projeto urbano dos governantes turcos em relação ao Parque Gezi, em Instambul, a violência contra o ato ganhou grandes dimensões. “A Tv não transmitiu as manifestações. Não veicularam as arbitrariedades que ocorreram”, relatou. O ativista destacou que após os protestos, aumentaram as tentativas de limitar o uso da rede na Turquia, como o bloqueio de sites.

O debate abordou também o movimento do Parque Augusta, em São Paulo, que exige que cerca de 80% da área construída de Mata Atlântica deixasse de ser privado e passasse a ser de acesso público. Toda a organização do ato foi bastante parecida com as jornadas de junho, sendo de forma horizontal e auto-gestionada.

#YoSoy132

Laura Citlali Murillo, feminista, cicloativista e figura central dos protestos #YoSoy132, no México, destacou a importância das redes para a criação e gestão de movimentos. Laura relatou que o  #YoSoy132 conseguiu abrir espaço a um novo momento de participação política no país. “Mostramos que todos podem opinar, mostramos que existe uma repressão violenta por parte do governo, que querem que peçamos permissão e informemos horários para protestar”, analisou.

“Hoje é possível construir movimentos de massa sem organizações de massa”. Essa é a opinião de Rodrigo Nunes, professor da PUC-Rio. Para ele, o futuro das revoltas globais passa pela capacidade de mediação com o poder público, a diversificação tática e funcional e o que ele chama de direcionalidade, com pautas que apontem em uma direção clara, e a partir delas ampliem-se em outras direções.

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